No dia 20 de abril foi possível ver mais um ataque a
democracia e a liberdade de expressão em solo brasileiro. Foi neste dia que
aconteceu mais um caso (de tantos e tantos casos que são registrados) em que os movimentos sociais são reprimidos por
forças policiais na tentativa de calar e intimidar os lutadores e lutadoras de
todo o Brasil. Casos que a cada dia que passa, se tornam mais recorrentes.
Durante uma manifestação pacífica, os estudantes do comando
de Greve da UNCISAL e da ANEL envolvidos com as mobilizações da greve da
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas foram duramente
reprimidos pela policia militar na tentativa de acabar sua mobilização.
Neste dia, os
estudantes se dirigiram até Palmeira dos Índios para pressionar o governo a
negociar com os manifestantes a pauta da greve através de um ato pacífico
durante a inauguração de um conjunto residencial. assim que o governador chegou
distribuirão panfletos, colocaram narizes de palhaço e abriram suas faixas no
intuito de chamar atenção do governador.
Durante a
manifestação o comando da PM abordou os manifestantes ordenando que o protesto
tivesse fim, ao serem questionados sobre o porque de tal atitude da PM, um dos
militantes da ANEL foi detido e ameaçado pelos policiais. No processo vários
moradores que tentavam entender o que estava acontecendo foram violentamente
agredidos. Após muita negociação com os policiais, o manifestante foi liberado
com a condição que o protesto tivesse fim, caso contrário não só ele, mas todos
os presentes seriam presos.
Como dito
anteriormente, infelizmente, a prática de reprimir com a força policial os
movimentos sociais é amplamente utilizada Brasil a fora, seja nas obras de Belo
Monte e Giral, seja com os movimentos de luta pela terra, ou nas grandes cidades
como São Paulo no caso da Cracolândia, seja na desocupação de 1600 famílias no
bairro do Pinheirinho em São José dos Campos, interior de SP, milhares de pessoas que ocuparam
pacificamente um terreno apenas para ter seu direito constitucional à moradia.
E aqui cabe ressaltar um fato de extrema importância para
comunidade alagoana, hoje, tanto o governo de SP quanto a prefeitura de São
José dos Campos é dirigida pelo PSDB, o que o torna mais uma vez o protagonista de tais eventos vergonhosos para
toda a sociedade brasileira. Assim como a polícia foi usada para assassinar trabalhadores
em Eldorado dos Carajás, ou expulsar os trabalhadores do bairro Pinheirinho,
mais uma vez o governo tucano utiliza as forças armadas para defender seus
interesses, neste caso calar os lutadores e lutadoras que lutam por uma
universidade pública, gratuita e de qualidade.
Seria
cômico se não fosse trágico, ouvir o que nós ouvimos da própria boca do vice-governador
alagoano poucos dias antes da repressão sofrida pelos estudantes em Palmeira
dos Índios, este, durante uma reunião com o comando de greve da UNCISAL falou
que não seria possível atender as reivindicações dos estudantes e professores
da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, pois nem saúde nem educação
eram prioridades do governo naquele momento e sim a segurança pública.
Perguntamos ao vice-governador, e por quê não, ao governador também, que tipo
de segurança pública é essa? Que permite
que Maceió seja a terceira cidade mais violenta do mundo, que reprime os
movimentos sociais, que nem ao menos consegue fornecer segurança aos alunos da UFAL Maceió e Arapiraca, Seria este o estilo
tucano de segurança pública senhor governador? Pois se for nós respondemos, Não o toleraremos!
Não podemos aceitar
que nos tirem nosso direito básico de liberdade de expressão, muito menos que
os movimentos sociais continuem sendo duramente reprimidos por uma polícia,
militar, mal treinada, e por muitas vezes desumana, fatos como este estão longe
de ser algo esporádico, eles acontecem todos os dias, nas favelas, nas
universidades, no campo, Nós da ANEL não
nos calaremos perante a tais tentativas de barbárie, e temos certeza que toda a juventude brasileira, que todo o
trabalhador brasileiro, que anseia por uma sociedade mais justa e humana,
também não se calará!
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