Sempre que nos deparamos com alguns acontecimentos fora do cotidiano normal de nossos dias comentamos e discutimos o que provocou e como poderemos solucionar e restabelecer a "ordem" cotidiana. Na Universidade Federal de Alagoas – UFAL – não é e nem poderia ser diferente.
Na noite do dia 28 de março, quarta-feira, três presos do presídio de segurança máxima Baldomero Cavalcante fugiram em direção a UFAL provocando a interdição das aulas de todo o campi. Nesse sentido, a comunidade acadêmica no dia posterior relatava e comentava suas experiências debatendo sobre um problema crucial em nossa universidade, a segurança. É publico e notório que para o pleno desenvolvimento da atividade estudantil se faz necessário a permanência, como uma espécie de integralidade, do estudante que dentre outras coisas é favorecida pela assistência estudantil, pelos espaços de convivência e fundamentalmente pelo clima de segurança.
A insegurança em nossa universidade é provocada pela má luminosidade, pelo não funcionamento do transporte publico de acordo com a especificidade acadêmica e por falta de uma segurança que esteja ligada aos interesses dos estudantes e não a simplesmente proteção do patrimônio – prédios. Assim, o rendimento estudantil que poderia ser potencializado acaba por ser dissipado no medo do estudante em permanecer na universidade. A insegurança faz com que os alunos do período noturno por exemplo saiam mais cedo de suas aulas por não saberem se chegaram em suas casas, seja por conta da violência seja por conta do transporte.A resolução deste problema, entretanto, não está na solicitação de uma ronda da Polícia Militar (PM) em horários específicos como afirmou o atual reitor Eurico Lobo. A UFAL é uma autarquia e dentre as atribuições constitucionais das Polícias Militares não está a de fazer a segurança destas. A segurança, neste sentido, deve ser organizada e paga pela própria instituição com os recursos de seu orçamento. Isso porque elas possuem autonomia administrativa e os policiais militares, não sendo funcionários do órgão, ficariam na absurda situação jurídica de serem servidores públicos em serviço no prédio da autarquia sem estarem sujeitos às ordens do chefe da casa.
Por isso, nós da Assembléia Nacional dos Estudantes – Livres (ANEL) acreditamos que a melhor forma de minimizar os problemas de insegurança nas universidades é a criação de uma guarda universitária pois ela é de responsabilidade única e exclusiva dos órgãos da direção que funcionam por meio dos colegiados representativos de professores, alunos e funcionários. Esta guarda deve ser concebida para proteger prioritariamente a integridade física e o patrimônio das pessoas que freqüentam o local.Assim, livre a universidade deve ser. Propiciar um sentimento de pertencimento não só das comunidades circunvizinhas mas da população como um todo é responsabilidade e um dever de nossas reitorias.
Uma universidade popular, do povo e para o povo.
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